terça-feira, 8 de setembro de 2009

Aviso aos desavisados...


Por que as pessoas se incomodam tanto com a vida alheia? Pergunta difícil de responder, eu sei. Mas tenho notado como causa inquietação em algumas pessoas saber, simplesmente que o seu colega de trabalho, a menina que você estava acostumado a ver no horário nobre da academia, ou aquela pessoa que nunca resistiu a uma picanha suculenta, simplesmente mudou de hábitos. Mudou de idéia. É, baby... evoluiu.
Eu não posso mudar de idéia? Posso sim. E mudo. Se eu sei que fumar é uma merda, sempre me deixou mais ansiosa do que tranqüilizou e meus dedos e cabelos ficavam fedidos, eu não posso ter decidido largar esse vício babaca? Decidi. E larguei. Mas tem gente que insiste em perguntar com um tom incrédulo e até sarcástico “Ah, parou de fumar é? Não acredito.” Parei porra. E daí?

Outra coisa, ninguém acredita que eu coma salada todos os dias. Como SIM. Desde os 13 anos de idade. E sabe de uma coisa? Eu A-D-O-R-O. Eu me delicio com um prato colorido à minha frente. Me faz bem em todos os sentidos. E as pessoas insistem em achar que aquilo está sendo um suplício pra mim. Ledo engano.
Tenho me dedicado mais às leituras. Sou filha de bibliotecária. Minha infância tem fatos marcantes de brincadeiras de esconde-esconde entre as estantes do colégio, depois que minha aula acabava, mas o expediente da minha mãe se estendia. Eu sempre gostei de ler. Ganhei alguns prêmios escrevendo redações e contos. Tenho aqui guardados em casa. Em um momento rebelde e de tentativa de afirmação na fase adolescente, deixei isso de lado, confesso. E aí? Não posso retomar hábitos antigos que tanto me faziam e voltam a fazer bem? Claro que posso.

Vida social em baixa é o cacete. Minha vida social está mais em alta do que nunca. Tenho conhecido pessoas interessantes, que muito tem contribuído no meu crescimento pessoal e intelectual. Conversa fiada de bar? Adoro. Só que tem que ser com as pessoas certas. Minhas amigas de preferência com quem eu posso falar o que quiser, sem medo de ser julgada ou ter alguma frase distorcida mais adiante. E as minhas amigas são as mesmas desde o ano 2000. De nove anos pra cá, não angariei uma nova amizade. Não porque não quisesse. É difícil demais encontrar amizades verdadeiras e desprovidas de ciúmes e picuinhas. Com mulher então? Prefiro nem comentar.

Um homem pra chamar de meu? Eu posso até chamar, se ele vai atender é outra história. Chega de ficar gastando energia em relacionamentos egoístas. Cansei. O que passou foi lindo. Me fez chegar mais forte e madura até aqui. Mas eu gosto de inovar. Receita de bolo não serve. É tão romântico chorar e sofrer por amor... Eu juro que já achei isso. Que meu jeito Cazuza de ser era a prova de que sou uma mulher intensa. Porra, o cara morreu de AIDS né? E cedo pra caralho. Nãaaao. Quero viver muito. Viver bem. Ficar velhinha ouvindo músicas nostálgicas e usando batom.

Então galera, a parada é a seguinte: mudei. Mudei de idéia. De hábitos. De emprego. De corte de cabelo. Mudei de horário na academia. Estou provocando evoluções e revoluções em mim todos os dias. Não pretendo levar ninguém junto comigo. O processo é contínuo, pessoal e intransferível. Só respeitem. Aplaudam. Vaiem. Só não invadam meu espaço. Porque uma coisa eu não vou mudar nunca: sempre serei estranha. “Faz parte do meu show...”