terça-feira, 3 de janeiro de 2012

"Síndrome da parada ganha"



Acordei com espírito Tati Bernardi. Ela que é roteirista, publicitária, blogueira e verborrágica escreve muita coisa que me identifico. Que minha prima se identifica. Que as minhas amigas se identificam e as amigas das amigas também.
Senso comum? Bola de cristal? Talvez. Mas acho que tem mais a ver com a carência que nós mulheres sentimos vez por outra ou quase sempre.
Mesmo quando você tem um relacionamento duradouro, às vezes o seu parceiro esquece que é preciso se reinventar no dia-a-dia. Depois de meses ou anos de convívio, rola certa acomodação. E não falo da cueca suja atrás da porta ou da toalha molhada em cima da cama. OK. Esses dois itens são bem incômodos, mas fáceis de resolver.
O problema é quando ele não repara mais na sua mega produção. Não pergunta como foi o trabalho e se pergunta, não espera para escutar a resposta.
Eu chamo isso de “síndrome da parada ganha”. O rapaz acha que já conquistou você. Não tem como você ser mais apaixonada por ele. Foi. Já era. Você só tem olhos pra ele. Respira o cara. E é tudo verdade.
Mas introduzindo nossa amiga Tati Bernardi na conversa, chega um ponto que esse amor mal correspondido começa a “comprimir o estômago e borrar a maquiagem.”
Os mais velhos te dirão que é normal o relacionamento “esfriar” com o tempo. Cadê a porra de um isqueiro, fósforo, gasolina, brinquedos eróticos que esquentam pra não deixar o namoro ou casamento cair na estatística?
“Cadê o cara que abria a porta do carro, que elogiava o vestido, que recitava poesia no ouvido, que me olhava com fome e enfiava a língua na minha garganta?”(do livro O MARIDO PERFEITO MORA AO LADO)
A poesia pra mim é algo vital. Como respirar e comer. Mas as elipses e as metáforas eu deixo para os livros. Na vida real o que vale é a mão que te puxa para o abraço. É a boca que fala e te arrepia. É a conchinha no final do dia, quando me sinto uma verdadeira pérola.
Não adianta achar que porque a mulher te ama você não precisa mais se esforçar. É hora de manter tudo isso vivo.
A sua companheira que veste o espartilho, que te apóia nas decisões mais bizarras, que muda a saia que você não gostou, sem, no entanto, mudar a personalidade.
Chegou a hora de lembrar o aniversário de namoro, de mostrar que você se importa, de animar esse tom de voz cansado da rotina, justamente para fugir dela.
E você interpreta tudo isso como cobrança? Não. Deixe as armas de lado. Abaixe a guarda uma vez. É só um conselho. Ela te ama do fio de cabelo que aos poucos fica branco, até a unha encravada do pé.
Mas a parada não está ganha. Continuo apostando no empate. Ah, e é claro que nós mulheres, estamos longe da perfeição. Diz aí Tati Bernardi:
“Sabe aquele mulher super equilibrada?Que nunca te cobra nada?Super segura, nada ciumenta e calma?Ela tem outro.”