sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O jogo da conquista



Várias vezes ensaiei escrever um post novo. Alguns temas insistiram na minha mente e sei que ainda vou desenvolvê-los e dividir com vocês.
Mas o que me fez parar de adiar a vontade latente de escrever foram alguns livros que reencontrei na minha singela biblioteca particular.
Sem medo de ser julgada ostento nas prateleiras do meu quarto títulos como “O que toda mulher inteligente deve saber”, “Co-dependência” e até um “Quando termina é porque acabou.” Calma gente! Eles não estão na trincheira. O pelotão é liderado por autores como Oscar Wilde, Virgínia Woolf, Vargas Llosa, Rimbaud, Baudelaire e os meus gaúchos amados Carpinejar e Martha Medeiros. Não se melindrem vocês do jornalismo. O cantinho da pena é específico. Com o perdão da piada pronta.
Pois é, estes tais livros que nas livrarias e feiras ganham estantes de destaque com aquela plaquinha “Auto-Ajuda” não me tiraram da fossa. Muito menos, me fizeram sentir mais inteligente. Mas sem preconceito, me ajudaram de outra forma.
Algumas “lições” repassadas me tornaram bem mais crítica e cética quando o assunto é o “jogo da conquista.” Coisa mais cafona essa expressão, preferia mil vezes quando perdia noites diante do “Banco Imobiliário”. De volta ao mercado dos solteiros essa porcaria de jogo te coloca no páreo mesmo que você insista em passar a vez.
Eu não joguei os dados. Poderia ficar eternamente parada na mesma casa. Mas o jogo não te dá autonomia. Quem acha que sabe o que faz e controla os sentimentos está blefando, às vezes até involuntariamente.
Uma regra específica que não sei quem inventou parece prevalecer diante do senso comum: não demonstre interesse por alguém que você esteja interessada.
Ou seja, eu devo torcer para me apaixonar por um cara com dons mediúnicos, porque se eu o ignoro, não retorno as ligações, finjo não escutar quando ele comenta sobre uma reunião importante e não dou o apoio que eu acho correto dar, o rapaz tem que ser muito sensitivo pra perceber que há chance de eu querer dedicar tempo e carinho a ele.
Putz. Tô mal nesse jogo. Eu escolho as cartas sempre erradas. Movo a pedra na direção oposta. Acredito nas pessoas.
Será que pra você conquistar alguém precisa bancar a difícil? Lamentavelmente, eu sou difícil. Difícil no sentido de querer que o cidadão saiba conjugar verbos e escreva decentemente. Nem precisa ser um perito no emprego das crases. É ótimo que conheça poesia, mas se não conhecer, que pelo menos tenha vontade de aprender. Ou finja. Pode fingir porque depois a captura é inevitável. Ah, difícil também porque meus horários são completamente malucos. E a sexta-feira que é o dia mais esperado pela maioria é simplesmente a véspera de um provável sábado de plantão.
Mas eu não abandono a sexta-feira, assim como não abandono a vontade de ser cúmplice, de falar o que sinto olhando nos olhos, de conhecer a família e criar vínculos verdadeiros. De querer fazer sexo com confiança. Confiança acima de tudo em mim. E se ele não ligar no dia seguinte ter a certeza de que continuo com o sangue azul.
Nesse jogo onde a mulher veste o espartilho e o homem abusa dos galanteios não espero a vitória.
Aprendi de uma forma muito especial que no campo do coração, o melhor resultado é o empate.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não te conheço, não sou uma conhecida sua, muito menos moro perto de você, pelo contrário. Mas, pelo que vejo, você está superando a dor que, aos olhos daqueles que veem um amor acabar, parece infindável.
Continue assim, você é forte.

Anônimo disse...

Isso é simplesmente perfeito... E é a minha vida, só que do outro lado da trincheira. Ivens