quinta-feira, 24 de junho de 2010

"SIM, eu aceito!"


Hoje li um artigo em uma dessas revistas de mulherzinha que falava sobre a volta de um costume vilipendiado nas décadas de 80 e 90: o ato de noivar. Na foto de ilustração estava o roqueiro Paulo Ricardo (aquele do olhar 43, sabe?) e sua futura terceira esposa, uma paulista de 24 anos.
O texto falava como os homens estão recuperando o romantismo e pedindo a mão das amadas, com direito a anel de diamante e tudo. Ok, ok. Fiquei com 90% de inveja e 10% de contentamento por estes pombinhos sorridentes da revista.
Mas parei pra refletir sobre o simbolismo em questão. Não tenho nada de muito moderna. Contei isso pro meu terapeuta certa vez, e ele fez cara de surpreso. Ué. Tenho ar de descolada? Eu acredito no casamento, sempre acreditei e sonho isso pra mim. O meu psicólogo falou que eu parecia uma mulher independente demais para querer cuidar de filhos e marido. Ledo engano. Porém cuidar de filhos e marido, não quer dizer obrigatoriamente em largar o emprego e ter que lavar cuecas. Ou tem? Espero que não.
Voltando ao artigo, os casais entrevistados contavam com requinte de crueldade (detalhes para me matar de inveja) como ambos eram românticos, sobre o planejamento para o grande dia, a música que o cara fez para a guria, a declaração em público. Enfim. Coisa que nos fazem soltar um “Ohhhhh” bem alto, sem se importar com quem estiver por perto.
Porém, um depoimento em especial chamou a minha atenção. Uma moça que foi noiva, com todas as pompas e sininhos apaixonados, e acabou NÃO se casando. A entrevistada corajosamente assumia que se preocupou tanto com o noivado e depois com a festa de casamento, que se esqueceu do futuro marido e ex-noivo.
Uma luz acendeu no meu juízo e acho que é bem por aí... todo esse romantismo é lindo, mas não adianta se o amor não for muito bem cuidado todos os dias, com a rotina inevitável, porém ajustável. Como disse em um texto, meu autor favorito, o harasmente perfeito Felipe Pena: “Acredite, meu amigo: a crise não é do casamento, é do ser humano. E é perene, absoluta, inabalável. Tentamos administrar nossas neuroses diariamente. Mas deve ser melhor estar em crise acompanhado do que sozinho. Dividir angústias e compartilhar risadas ainda são premissas eficientes para manter um casal.”
Eu nunca fui casada. Mas continuo apostando no casamento. Ah, mas já fui noiva. DUAS vezes. Nem a aliança H. Stern e muito menos a Vivara, me deixaram tão feliz quanto os silêncios que ouço ultimamente...

2 comentários:

Anônimo disse...

O afeto e o carinho tão tá sinceridade dos atos e na verdade por trás das palavras. O romantismo não é aparente: é orgulhoso. É a consciência de que apesar de independer da outra pessoa, ela é necessária, mesmo que não seja de verdade. O amor não é feito de provas ou demonstrações, ele não é feito de nada. É só a nossa natureza essencialmente solitária pedindo socorro. Só o nome que deram pra justificar o que não dá pra explicar com noivados, casamentos ou três palavras.
Mas, mesmo que isso não signifique nada pra nenhum de nós dois, eu te amo mesmo assim.

Jeferson Cardoso disse...

Casar é bom sim, mas sou daqueles que defende o romantismo não para os olhos dos outros, e sim, para um único olho.
Gostei desse fragmento que você postou do Felipe Pena, confesso que não o conhecia.
Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com